terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Sexualidade no Pós-Parto


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Quando comecei a me interessar pelo assunto acima, sexualidade após o parto, ouvi piadinhas do tipo: não existe!
É claro que nas primeiras semanas após o parto (mais precisamente por seis semanas) a atividade sexual é contraindicada, pois os órgãos genitais estão voltando ao seu estado pré-gestacional e há grandes riscos de infecção. Porém após esse período a vida do casal continua: são pais, mas continuam sendo homem e mulher, companheiros e amantes. Há um novo desafio a enfrentar: como conciliar o namoro e o sexo com os cuidados com o recém-nascido, a amamentação e, principalmente, o cansaço...
Com essa introdução inicio uma série de pequenos textos sobre sexualidade no pós-parto.
Continuo em breve.
Abraços.


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

LUBRIFICAÇÃO VAGINAL






A lubrificação vaginal é o equivalente na mulher à ereção no homem. Ela é consequência da excitação sexual.
Estímulos diversos levam à excitação sexual: as conhecidas preliminares (carícias, beijos, toques, contato físico) trazem estimulação tátil. Todos os órgãos dos sentidos são envolvidos no processo, tanto que é recomendável que a atividade sexual ocorra num ambiente bonito, com temperatura e aroma agradáveis.
Alimentos conhecidos como afrodisíacos têm a fama de aumentar a excitação sexual. Na realidade tudo o que traz estímulos sensoriais agradáveis pode ser excitante, mas o gosto e a preferência são pessoais (de nada adianta fazer um jantar com frutos do mar para quem é alérgico!). 
Um dos estimulantes mais importantes da excitação sexual feminina é a fantasia - a ansiedade pelo encontro, a antecipação dos prazeres, tudo isso deixa o organismo já predisposto a atividade sexual. É claro que isso é mais intenso em relacionamentos de curto tempo, em que a paixão e a novidade tornam tudo mais excitante . Quando a rotina e a familiaridade já se instalaram às vezes é necessário lançar mão de algumas estratégias para incrementar a relação.
É muito difícil que uma mulher inadequadamente estimulada tenha uma boa lubrificação vaginal. No climatério e em outras situações de deficiência estrogênica (aleitamento, por exemplo), a vagina encontra-se mais atrófica e as condições hormonais não são as mais adequadas para uma boa lubrificação.

Pode-se lançar mão de géis e cremes lubrificantes, cremes e óvulos vaginais com estrogênio e também hidratantes vaginais. Cada caso merece uma abordagem diferente: o ginecologista e o terapeuta sexual são os profissionais mais indicados para essa prescrição.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

VAGINISMO: o que é?






O vaginismo é uma impossibilidade de permitir a penetração vaginal (e também o exame ginecológico, ultrassonografia transvaginal, etc.) por uma causa psicossomática. 
Importante: NÃO HÁ PROBLEMA ANATÔMICO! 
O vaginismo ocorre por uma contração excessiva dos músculos que ficam em torno da entrada vaginal, o que causa desconforto extremo e dor às tentativas de penetração vaginal, impossibilitando assim o coito.
A mulher que apresenta vaginismo costuma ter todas as fases da resposta sexual preservadas: sente desejo, fica excitada e tem orgasmo por outras formas de estimulação (geralmente por manipulação do clitóris).
O que causa o vaginismo? É difícil responder sem uma abordagem específica de cada mulher. Expectativas fantasiosas a respeito da primeira relação sexual, medo da dor à penetração, tabus e preconceitos relacionados ao sexo, experiências sexuais traumáticas: tudo isso pode concorrer para o vaginismo. 
A paciente que tem vaginismo costuma sentir-se muito só, perdida e confusa. Não é o tipo de problema que se comenta, às vezes nem mesmo com as amigas mais íntimas. A sensação é de ser diferente de todas as outras mulheres, anormal... 
Esse problema é mais frequente do que se imagina, porém há muito silêncio a respeito, pois trata-se de uma patologia muito íntima, e que constrange a mulher.
O mais importante é buscar o atendimento adequado. Com frequência o diagnóstico é feito primeiramente pelo ginecologista. O exame ginecológico é importante para afastar problemas clínicos e anatômicos que podem ser os responsáveis pela dor à penetração (lembrando: se houver problema anatômico ou clínico, daí não é vaginismo): infecções, septos vaginais, endometriose, lesões genitais diversas, erc.
O tratamento para o vaginismo é a terapia sexual. São realizadas sessões de psicoterapia com tarefas (exercícios) específicos para essa disfunção.
O vaginismo é uma das disfunções que melhor responde à terapia sexual. Quando a paciente está bastante motivada a porcentagem de cura é muito alta.



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

DESEJO SEXUAL : SIM, HOMENS E MULHERES SÃO DIFERENTES!






Uma das queixas mais frequentes no consultório do terapeuta sexual (e ginecologistas, clínicos, etc.) é a diminuição do desejo sexual. Esse é um problema que causa angústia nos pacientes e também nos profissionais.
Do desejo sexual depende toda a atividade sexual subsequente. Teoricamente, sem desejo não haveria sexo. Digo teoricamente porque sim, é possível para a mulher participar de uma relação sexual sem estar sentindo desejo nem excitação, porém é justamente essa a situação que queremos evitar.
Para o homem é mais difícil: afinal, como ter ereção sem sentir desejo? Mesmo em uso de medicamentos facilitadores de ereção é necessária a fase de desejo inicial.
Quando Masters e Johnson iniciaram suas pesquisas sobre sexualidade não incluíram a fase de desejo no ciclo de resposta sexual humana. Para eles esse ciclo incluiria as fases de: excitação, orgasmo e resolução.
Já a pesquisadora Helen Singer Kaplan incluiu a fase de desejo nesse ciclo, que assim ficou: desejo, excitação e orgasmo.
Porém o assunto é mais complexo, principalmente no que diz respeito às mulheres. Nem sempre uma mulher encontra-se espontaneamente motivada para o intercurso sexual; nem sempre o desejo surge como um impulso próprio, uma necessidade a ser satisfeita. 
No modelo de resposta sexual feminina idealizado pela pesquisadora Rosemary Basson, vemos que a mulher pode passar de um estado de neutralidade sexual para a fase de excitação através do que ela denomina incentivo sexual.
Isso mostra de uma forma científica algo que é visto cotidianamente na prática clínica e terapêutica: nem sempre pode-se esperar da mulher o desejo sexual espontâneo, sem incentivo. Quando se fala de incentivo sexual não se trata de jantares, viagens e presentes caros (embora eles possam ser aceitos...). Incentivo sexual nada mais é do que um parceiro que busca por sua mulher com uma abordagem que a possibilite se conectar com seu desejo. Carinhos, toques, ambiente adequado, tudo isso conta. Creio, porém,  que o mais importante é que o homem e a mulher tenham consciência de que são diferentes, têm reações e "timings" diferentes. 
Num relacionamento de médio e longo prazo, onde os efeitos bombásticos da paixão começam a se esgotar, é muito importante reconhecer essas diferenças.
Não adianta esperar desejo sexual espontâneo, sempre, em uma mulher que trabalhou o dia inteiro em múltiplas atividades: profissão, maternidade, gerenciamento do lar ... e amante.
Ao final do dia, o homem sente-se aliviado e amado ao fazer sexo com sua mulher. Para ela, porém, isso às vezes pode se transformar numa obrigação a mais!
Tendo isso em mente creio que o casal pode melhorar sua comunicação no que diz respeito à abordagem sexual. Ter carinho e respeito ao conversar sobre sexo um com o outro, reconhecendo suas diferenças, pode ter efeitos fantásticos no relacionamento afetivo e sexual.

domingo, 31 de julho de 2016

NOVO CONSULTÓRIO!

Bom dia a todos!
Este mês de agosto começa com novidades e boas energias.
Agora estou em um novo endereço: o consultório fica na Rua Clodomiro Paschoal 47, telefone 32111393 (é uma travessa da Avenida Barão de Tatuí, fácil de achar: basta virar a primeira à direita após a loja da Todeschini).
IMPORTANTE: favor deixar recados na SECRETÁRIA ELETRÔNICA.
O novo espaço está lindo, muito aconchegante e preparado com carinho pelas minhas queridas amigas Margareth e Dacilene para me receber.
Tenho certeza de que serei muito feliz nesse novo ambiente de trabalho, e meus pacientes terão muito mais conforto em seu atendimento.
Abraços!



sexta-feira, 1 de julho de 2016

NOVIDADES PARA ESTE SEGUNDO SEMESTRE DE 2016

O ano de 2016 já vai pela metade mas nunca é tarde para mudanças.
A partir deste segundo semestre as postagens recomeçarão, com mais regularidade, e outras novidades ainda virão por aí.
Por enquanto, continuo atendendo no Instituto do Equilíbrio, em Sorocaba, localizado à Rua Capitão Grandino, 269 - fone 33318282.

No post abaixo falo um pouco sobre o que é e para que serve a Terapia Sexual.





A Terapia Sexual é uma extensão da psicoterapia propriamente dita, incorpora técnicas da terapia comportamental e também de terapias analíticas, associadas a exercícios e tarefas próprias para cada disfunção.
O objetivo da Terapia Sexual é orientar o paciente (que pode ser homem, mulher, ou um casal) sobre suas dúvidas a respeito da sexualidade e auxiliar no tratamento de disfunções sexuais (como ausência de orgasmo, diminuição de desejo sexual, dores à relação sexual, vaginismo, distúrbios de ereção e ejaculação).
Outro importante papel da Terapia Sexual é auxiliar na comunicação do casal. É frequente que ocorram desequilíbrios na atividade sexual do casal por dificuldades na comunicação: a maneira de se expressar, o tom de voz, as palavras e os gestos influenciam de maneira importante na intimidade sexual. O terapeuta serve como um moderador, um intermediário que auxilia na expressão dos desejos, dúvidas e anseios do casal.

Um abraço a todos.
Cibelli


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Sexualidade na Terceira Idade

Colaborei com essa matéria do Jornal Cruzeiro do Sul sobre Sexualidade na Terceira Idade. Vale dar uma olhada. Aqui vai o link:

http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/544780/mudancas-culturais-favorecem-experiencias-positivas

quarta-feira, 2 de abril de 2014

EDUCANDO E PROTEGENDO OS NOSSOS JOVENS NO EXERCÍCIO DA SEXUALIDADE RESPONSÁVEL




A recente incorporação ao calendário vacinal da rede pública da vacina contra o vírus HPV reacende uma discussão que já se fazia a respeito do uso de anticonceptivos.
O tabu que se instala trata do temor de muitos pais e mães de que suas filhas venham a fazer sexo mais precocemente e com mais liberalidade devido ao uso da vacina.
Trata-se de um caso gritante de desinformação.
O HPV, já se sabe, é o fator causador do câncer do colo uterino, doença essa extremamente grave, que causa grande sofrimento e até mesmo a morte de muitas mulheres a cada ano.
A vacinação contra o vírus HPV, bem como a informação sobre métodos anticonceptivos e a educação sexual em geral não fazem com que as/os jovens iniciem sua vida sexual mais precocemente. Isso acontecerá mais cedo ou mais tarde em decorrência de uma predisposição pessoal de cada um, aliada aos fatores sociais, familiares e educacionais aos quais o jovem se encontra exposto.
Cade aos profissionais de saúde e à família educar os jovens a respeito do saudável exercício de sua sexualidade, bem como protegê-los de problemas preveníveis, a saber: gravidez indesejada (anticoncepção), doenças sexualmente transmissíveis (preservativos) e prevenção do câncer de colo uterino e outras doenças causadas pelo vírus HPV (vacinação).

segunda-feira, 31 de março de 2014

Transcrevo aqui um texto do meu amigo Eduardo Yabusaki, terapeuta sexual em Belo Horizonte/MG, sobre Discutir a Relação ( a famosa e famigerada DR), publicado originalmente neste link:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/discutir_relacao.htm
Boa leitura.
Cibelli


Por que é tão difícil discutir a relação?
por Eduardo Yabusaki

"Numa visão cognitivista as pessoas distorcem uma situação de extrema importância que é o diálogo, principal meio de entendimento de qualquer relacionamento como algo ruim, nocivo ou mesmo destrutivo para elas. Entretanto, o diálogo é e sempre será fundamental, pois é através dele que se pode discutir sim a relação, mas não só quando se tem problemas ou conflitos, mas sim para manifestar tudo de bom que se esteja vivendo ou se anseia viver"As pessoas sempre correm dessa situação em seus relacionamentos, por que não querem ou temem falar sobre como estão as coisas entre os dois.
Infelizmente a expressão ‘discutir a relação’ tem sido utilizada indevidamente para se falar de problemas, conflitos, insatisfações ou queixas de qualquer uma das partes do relacionamento, ficando associada a desentendimento, brigas, estresse e desgaste.

Numa visão cognitivista as pessoas distorcem uma situação de extrema importância que é o diálogo, principal meio de entendimento de qualquer relacionamento como algo ruim, nocivo ou mesmo destrutivo para elas. Entretanto, o diálogo é e sempre será fundamental, pois é através dele que se pode discutir sim a relação, mas não só quando se tem problemas ou conflitos, mas sim para manifestar tudo de bom que se esteja vivendo ou se anseia viver.
Em qualquer relacionamento é preciso que seus alicerces sejam muito bem construídos e isso precisa ficar muito claro e definido na convivência do casal. Em muitos deles os pares creem que tudo deve acontecer naturalmente, espontaneamente ou mesmo por si só, e isso não é bem verdade, pois ninguém tem bola de cristal para adivinhar ou antever o desejo ou a expectativa do outro.

A nossa sociedade não cultiva a ideia de que para que um relacionamento dê certo, é preciso fazer por onde ele possa dar certo. Ou seja, não basta estar com alguém e achar que tudo será lindo e maravilhoso. Precisamos fazer com que o lindo e maravilhoso aconteça, pois como somos envolvidos pelo dia a dia e engolidos pelo cotidiano, isso fica bem mais improvável.

Discutir a relação pode ser muito prazeroso e produtivo na medida em torna-se um hábito poder falar de tudo, de coisas boas, agradáveis e positivas que tenham sido vividas a dois e, também poder manifestar as expectativas, anseios, desejos e expectativas na vida a dois.
Na medida em que isso aconteça de forma sistemática no relacionamento, isso passa a fazer parte natural na vida do par. Dessa forma tratar de coisas difíceis, problemáticas ou conflituosas fica muito mais leve e sem estresse. Isso é cuidar sim do relacionamento, mas principalmente possibilitar a melhor qualidade de vida a dois e consequentemente à própria felicidade.

sábado, 28 de setembro de 2013

Ejaculação Precoce



A ejaculação precoce ocorre quando o homem chega ao orgasmo e apresenta uma ejaculação após poucos movimentos de coito.
Historicamente falando, quando a mulher ainda não havia conquistado sua liberdade sexual e não requisitava seu direito ao prazer, ejacular rapidamente era até mesmo uma vantagem. Com isso, teoricamente, os homens alcançariam seus objetivos (prazer sexual e reprodução), de uma forma rápida, sem preocupação com a parceira.
Na realidade, o homem se incomoda com a rapidez na ejaculação porque isso prejudica a sua capacidade de propiciar prazer à mulher, que costuma necessitar de mais tempo para se excitar e alcançar o clímax na relação sexual.
Não é raro encontrar mulheres que se queixam de anorgasmia (ausência de orgasmo) na relação sexual e, após uma análise mais apurada, descobrir a existência de ejaculação precoce concomitante.
A avaliação do casal é importante para elucidar as causas das disfunções sexuais. 
Ressalto que, em casos de ejaculação precoce, a participação da parceira no tratamento do homem é fundamental. Há técnicas praticadas pelo casal que contribuem para o sucesso da terapia.