A DITADURA DO
ORGASMO FEMININO
A revolução
sexual trouxe para as mulheres a possibilidade de desfrutar com muito mais liberdade
os prazeres da vida sexual. O que antes era considerado vergonhoso, pecaminoso,
tornou-se um direito, uma exigência da mulher moderna. Ela, hoje em dia, busca
informações em livros, revistas, internet, discute com amigas, frequenta
cursos...
Tamanha
mudança é, sem dúvida, benéfica, mas traz também algumas novidades, nem todas
agradáveis. Uma delas diz respeito ao que eu chamo de “A ditadura do orgasmo”.
Algumas queixas
femininas atuais:
1)
não
ter orgasmo em todas as relações
sexuais;
2)
não
ter orgasmos múltiplos;
3)
não
ter sempre orgasmos intensos;
4)
o
parceiro se queixa de que o orgasmo dela não é tão intenso como ele acha que
deveria ser (!!!).
E as dúvidas dos homens:
·
Pergunta
masculina: porque você não goza sempre?
·
Ou:
Parece que você não gozou...
·
Pior
ainda: Minhas outras namoradas tinham orgasmo sempre...
·
Golpe
mortal: Você deve ter algum problema...
·
E
a insegurança: Acho que você não gosta de mim!
·
(Internamente:
Ela gosta de outro!)
·
Inconscientemente:
Não sou homem suficiente para satisfazê-la.
O
orgasmo é um reflexo, não pode ser controlado conscientemente. Quanto mais a
mulher persegue um orgasmo, mais distante ele fica. O corpo da mulher precisa
estar preparado para ter um orgasmo, e em alguns dias isso simplesmente não
acontece. O orgasmo feminino apresenta uma variação imensa de intensidades, e
deve ser valorizado em todas as suas maneiras de ocorrer.
Para
que a mulher desfrute plenamente da atividade sexual, ela precisa estar focada
naquele momento. Não adianta estar irritada com o parceiro, cansada e
aborrecida pelo dia exaustivo de trabalho, preocupada com o filho doente ou com
um prazo a vencer.
Em
alguns momentos o desejo pode ser mais intenso que os problemas do dia-a-dia,
mas a rotina tende a pesar na balança sexual, e o sexo acaba se tornando mais
uma obrigação na agitada agenda feminina (o último compromisso do dia...).
Em
primeiro lugar, é importante avaliar como está a adequação do ritmo sexual do
casal: saber qual a melhor frequência para um e outro, e assim chegar num
consenso que agrade a ambos.
A
comunicação entre o casal é fundamental para esclarecer dúvidas relacionadas à
sexualidade. Quanto antes as questões forem discutidas, melhor. Com isso podem
ser prevenidas muitas disfunções que às vezes abalam o relacionamento.
A
obrigação de ter orgasmos, sempre, intensos e múltiplos, é uma tarefa inglória
e impossível. Com isso temos, isso sim,
falsos orgasmos, pois fingir um orgasmo acaba sendo , às vezes, a saída encontrada
pela mulher para preservar seu relacionamento amoroso e sexual.
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