terça-feira, 11 de setembro de 2012


A DITADURA DO ORGASMO FEMININO






A revolução sexual trouxe para as mulheres a possibilidade de desfrutar com muito mais liberdade os prazeres da vida sexual. O que antes era considerado vergonhoso, pecaminoso, tornou-se um direito, uma exigência da mulher moderna. Ela, hoje em dia, busca informações em livros, revistas, internet, discute com amigas, frequenta cursos...
Tamanha mudança é, sem dúvida, benéfica, mas traz também algumas novidades, nem todas agradáveis. Uma delas diz respeito ao que eu chamo de “A ditadura do orgasmo”.

Algumas queixas femininas atuais:
1)    não ter orgasmo em todas as relações sexuais;
2)    não ter orgasmos múltiplos;
3)    não ter sempre orgasmos intensos;
4)    o parceiro se queixa de que o orgasmo dela não é tão intenso como ele acha que deveria ser (!!!).

E as dúvidas dos homens:
·         Pergunta masculina: porque você não goza sempre? 
·         Ou: Parece que você não gozou...
·         Pior ainda: Minhas outras namoradas tinham orgasmo sempre...
·         Golpe mortal: Você deve ter algum problema...
·         E a insegurança: Acho que você não gosta de mim!
·         (Internamente: Ela gosta de outro!)
·         Inconscientemente: Não sou homem suficiente para satisfazê-la.

O orgasmo é um reflexo, não pode ser controlado conscientemente. Quanto mais a mulher persegue um orgasmo, mais distante ele fica. O corpo da mulher precisa estar preparado para ter um orgasmo, e em alguns dias isso simplesmente não acontece. O orgasmo feminino apresenta uma variação imensa de intensidades, e deve ser valorizado em todas as suas maneiras de ocorrer.
Para que a mulher desfrute plenamente da atividade sexual, ela precisa estar focada naquele momento. Não adianta estar irritada com o parceiro, cansada e aborrecida pelo dia exaustivo de trabalho, preocupada com o filho doente ou com um prazo a vencer.
Em alguns momentos o desejo pode ser mais intenso que os problemas do dia-a-dia, mas a rotina tende a pesar na balança sexual, e o sexo acaba se tornando mais uma obrigação na agitada agenda feminina (o último compromisso do dia...).
Em primeiro lugar, é importante avaliar como está a adequação do ritmo sexual do casal: saber qual a melhor frequência para um e outro, e assim chegar num consenso que agrade a ambos.
A comunicação entre o casal é fundamental para esclarecer dúvidas relacionadas à sexualidade. Quanto antes as questões forem discutidas, melhor. Com isso podem ser prevenidas muitas disfunções que às vezes abalam o relacionamento.
A obrigação de ter orgasmos, sempre, intensos e múltiplos, é uma tarefa inglória e impossível.  Com isso temos, isso sim, falsos orgasmos, pois fingir um orgasmo acaba sendo , às vezes, a saída encontrada pela mulher para preservar seu relacionamento amoroso e sexual.

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